“A gente leva da vida, amor, a vida que a gente leva.”

Este é o meu trecho favorito da minha música favorita. Quem me segue há um tempinho, muito provavelmente já percebeu — afinal, vivo colocando esta música nos stories! E gosto tanto dessa música, porque me faz lembrar da forma como desejo passar os dias de minha vida: com leveza e, principalmente, coragem. Como escreveu o grande Guimarães Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem!”.

Há muito, havia me esquecido do que é viver a vida, amar a vida… Há pouco, recordei-me do que ela é: uma grande possibilidade! Um levantar-se todos os dias e agradecer ao Bom Deus por uma nova oportunidade de vivê-la da melhor forma possível, de distribuir doces sorrisos ao próximo, de tornar leve não somente os seus dias, mas os de todos ao seu redor; um contemplar a beleza de cada manhã e anoitecer, sentir o ar puro beijar seus cabelos e te encher desta fonte inesgotável de recomeços. E quando o sofrer chegar, não esperar passar a chorar, mas a cantar, a perdoar, a abraçar, a saborear cada pedacinho de tempo deste enfrentar sem jamais desistir e se amedrontar, mas encorajar. Este é o grande segredo e espetáculo de cada nascer do sol: um completo entregar-se nos braços do Criador, deixando que Ele escreva as páginas de nossa história e dite o ritmo desta grande valsa que, embora tenha hora certa para terminar, termina diferente para cada um, um momento antes ou depois.

Viver a vida e amar a vida é um fazer poesia da prosa de cada dia. É entender que, entre os numerosos afazeres de nossa vida diária e cotidiana, precisamos fazer o extraordinário que não tolera rotinas militares, mas exige, antes do dever, um olhar para Deus e para o outro. Serviço de bondade sem fim num cambalear finito para a uma vida infinita.

Eis a vida, eis o amor. Na grande valsa da vida, eu quero dançar de acordo com o Criador.