“Todos nascemos originais, mas muitos morrem como fotocópias”.
Essa frase do jovem italiano Carlo Acutis, beatificado pela Santa Igreja em virtude de um milagre ocorrido no Brasil, é o nosso tema de hoje. Durante sua bela passagem pelo mundo, Carlo sempre a utilizava para alertar as pessoas sobre a importância de descobrirem os dons próprios que Deus havia lhes dado, para não passarem pela vida sem explorar suas potências e, consequentemente, morrerem sem cumprir com o que Deus esperava delas – o que, infelizmente, acontece todos os dias. Além dessa busca, precisamos também tomar cuidado com outro perigo para não nos transformarmos em uma infeliz fotocópia: a covardia.
Muitas pessoas para serem aceitas abandonam seus próprios valores para agradar aos outros ou então se omitem por puro medo, fazendo do silêncio seu fiel escudeiro. Talvez você, que está lendo isso agora, sinta-se interiormente envergonhado todas as vezes que se lembra de já ter protagonizado tal situação ou por estar vivenciando isso hoje – e é para se sentir envergonhado mesmo, eu também me sinto! Sim, eu já cometi essa besteira e é exatamente por isso que estou aqui.
Teve uma determinada época da minha vida que, sem querer, acabei me juntando a uma turminha com a qual eu compartilhava um certo trabalho, mas que tinha valores completamente diferentes dos meus. O tempo foi passando, e comecei a me calar cada vez mais – isso sem falar das situações embaraçosas que, de vez em quando, surgiam e me tiravam a paz. O resultado disso tudo foi um só: tive de abandonar um projeto muito legal que estava construindo, porque a base dele estava toda sobre areia e, uma hora ou outra, quando a maré subisse com uma força maior, terminaria por destruir tudo aquilo que havia de bom. Não fico remoendo isso, porque há algo de sábio que sempre tiramos dos erros e do qual gosto muito: no fim, sempre aprendemos a fazer o certo.
Eis a lição e o fato: de nada adianta você plantar coisas boas em um solo onde reina a falsidade, pois nada de bom crescerá. No mínimo, você só perderá tempo; no máximo, se seguir por um caminho mais grave, pode colocar em risco aquilo que há de mais precioso em você, aquilo que verdadeiramente importa: sua alma! Portanto, jamais negocie seus valores! Nós, como bons filhos amados de Deus, além da busca pela nossa vocação (aquilo que o Pai espera de nós e que só nós podemos fazer), precisamos com afinco nos tornar cada dia mais autênticos, termos sempre como guia o bom, o belo e o verdadeiro. Fazer tudo com amor e com os olhos voltados para o céu.
Coragem! Coragem, ainda que tentem te calar a qualquer custo! Não traiamos a Deus e aos nossos próprios corações. Escolha hoje não morrer como uma infeliz e covarde fotocópia!