• Leia os clássicos

Sei que já dei esse conselho no último post que fiz sobre leitura, mas é muito importante lermos os autores atemporais, aqueles que se consagraram na literatura. Isso não significa que você só precisará ler os clássicos, mas é de suma importância lê-los. E não tenha medo de se aventurar, pensando que precisa ler críticas sobre o autor e suas obras, assistir mil e uma análises para, enfim, partir para a leitura. Não faça isso! Pegue a obra e comece. É simples! Essa burocracia toda mais atrapalha do que ajuda. Formar a sua própria opinião a partir do seu contato puro com a obra é muito mais importante que ver antes as diferentes opiniões dos outros. Depois você lê as milhares de análises e críticas a respeito. Vai por mim! Esqueça as regras, você lê para se divertir! Não deixe de se esforçar para ler aquilo que é difícil, vença a si mesmo, quebre suas próprias barreiras!

• Não faça metas e listas de leitura

Sim, muitas pessoas fazem isso, mas esse é mais um erro grotesco. Se você não está dentro de um clube de leitura, onde está motivado junto com vários outros leitores, tem até professores de apoio para dar um suporte ou algo do gênero, o mais provável é que você acabe se frustrando e desistindo. Principalmente porque sozinho você vai se cobrar, fará regras que não estão dentro da sua realidade e, por fim, como disse, vai acabar por desistir. Escolha para ler um livro que ficou a fim e então, leia. Depois de terminá-lo, escolha outro e por aí vai. Deixe para a vida lhe reservar uma surpresa! Já vi muita gente que deixa de ler o que quer, só para não sair fora da lista. Isso também só te faz cronometrar o tempo que cada leitura está te tomando, e você acaba por ficar preocupado porque o mês está acabando e você ainda não está nem na metade da obra e já queria se preparar para começar o próximo livro… Enfim, é uma sequência de erros ridículos que só tiram o prazer da leitura. Deixe para se preocupar com o próximo quando for a vez dele. É claro que uma vaga ideia, você pode ter. Mas não se prendem a esses “regimes militares”.

• Estipule trinta minutos por dia e faça valer a pena cada um deles.

Nada de fazer aquelas metas de horários que sua vida não te permite. Primeiro, a atenção é o ponto chave para se fazer uma boa leitura. Não adianta nada você estipular uma, duas ou três horas se ficar desatento e só passando os olhos pela página, sem compreender nada, porque está pensando na morte da bezerra. Mais vale vinte e cinco minutos ou meia hora da mais pura e total atenção do que uma ou duas horas de completa desatenção.

• Leia devagar, sem pressa para terminar.

Assim como você não deve começar uma leitura já tendo a próxima estipulada, bem como um tempo fora da realidade, você não deve ficar fazendo metas de páginas por dia ou nutrindo a ânsia de terminar rápido o livro. Lembre-se: você não está em uma competição! Cada leitura exige de nós mais ou menos tempo. E ela deve ser prazerosa, mastigada, refletida. Só assim você extrairá o que o autor deseja passar. Assistindo a algumas aulas do grande professor Rodrigo Gurgel, refleti profundamente sobre algo que ele falou em uma delas e que muito me chamou a atenção, pois tem tudo a ver com esse “post”. Ele disse que por trás de cada livro, além da história contada, não podemos esquecer que há uma pessoa, há um autor com o qual você deve dialogar como em um encontro pessoal, porque é exatamente isso que a leitura é. Esta conversa deve ser vagarosa, refletida e total. Lembre-se de que cada escritor tem a sua forma de escrever, tem um ritmo diferente, portanto é uma bobagem pensar que você precisa terminar rápido e que a leitura está demorando demais. Isso só irá te prejudicar e você se dispersará cada vez mais. Quando você deveria se preocupar em apreciar e extrair de tudo daquele diálogo, você deixa de dar a devida atenção ao autor, não vendo a hora do papo acabar.

• Jamais passe para a próxima página sem entender o que leu. Não tenha preguiça de reler.

Pense em um erro que prejudicará – e muito! – a sua leitura em maior ou em menor grau! Não tenha preguiça de ter um caderninho ao seu lado, no qual você poderá fazer suas anotações, colocar os melhores trechos… Também não deixe de lado a companhia de um bom dicionário. Uma palavra que você deixa de procurar o significado, é um buraco que prejudica seu entendimento não só naquele trechinho, mas nas páginas seguintes também. Afinal, a obra é uma construção de pensamentos, uma linha de raciocínio. Não deixe fios faltando, pare e vá entender o que aquele termo ou aquela palavrinha significa. Além do aprendizado, você ganha vocabulário. E caso precise de uma explicação maior, não hesite em parar e fazer pesquisas mais profundas. Tem uma frase de Jorge Luis Borges que diz que: “Para entender um só livro é preciso ter lido muitos livros.”. Se você nunca começar, nunca saberá. Então, não hesite em parar e fazer uma pesquisa. A cada livro se aprende assuntos novos e se revisa aqueles já aprendidos.

Outra coisa, não tenha preguiça de reler. Às vezes, algo ou alguém te atrapalhou – afinal, imprevistos acontecem! – e você ficou meio perdido, ou até mesmo não compreendeu a frase direito, não tenha preguiça de reler. Não passe adiante, extraia o máximo que puder.

• Deixe o celular desligado e vá para um lugar tranquilo.

Hoje em dia, o celular é um dos principais motivos que nos faz procrastinar o que deve ser feito. Você começa a ler e, de repente, vem aquela notificação do Instagram, e você larga tudo. Deixe o celular no quarto e vá para um lugar tranquilo e clarinho, onde não tenha barulhos, nem distrações.

 Bônus

Não é preciso reler as obras, afinal, não temos tempo para fazer releituras de todas os livros que lemos. Sempre há livros novos à espera de nós, e é nosso dever correr ir ao encontro deles. Deixemos a releitura para aquelas obras que marcaram profundamente nossos corações, aquelas que foram realmente especiais. Se você seguir essas dicas, conseguirá retirar o necessário de cada obra: se divertir, estudar e ser capaz de realizar uma resenha crítica.