Livro 📖 : “A GAROTA REBELDE”, 1972
Autora 📝 : Emmy Von Rhoden
Em meio às belas paisagens alemãs do século passado, Ilse Macket é uma jovem de quinze anos nada convencional. Ao invés de passar o tempo estudando francês, alemão, inglês, redação, aritmética, costura e por aí vai, a filha do velho Juiz Macket prefere correr pelos campos da propriedade montada a cavalo, cuidando dos animais e brincando.
A “boadrasta”, Dona Ana, já não sabe mais como lidar com a situação, e o Pastor Wollert, que muito tentou fazer com que a menina levasse os estudos à sério, cansou dos sorrisinhos irônicos da mesma enquanto tentava, a duras penas, ensinar-lhe algo.
“[…] na minha opinião a Ilse deve ir imediatamente para um pensionato.”
O pai, por mais que se chateava com as atitudes da filha, entristecia-se com a possibilidade de enviá-la para longe, mas, assim como a esposa, não sabia mais como agir. Então, depois de mais aborrecimentos com Ilse, acaba cedendo à ideia de interná-la em um pensionato perto da capital.
Quando Ilse descobre não consegue acreditar. Briga com o pai e se ressente com a madrasta que sempre a tratou como filha. Promete fugir do lugar e voltar para Moosdorf, jura até mesmo revolucionar o local. Mas, no fim, no dia primeiro de julho viaja para seu novo lar.
Na bagagem, leva o velho e companheiro vestido azul escuro repleto de manchas e poeira, o horrível cinto de couro cru, as botas rasgadas e uma perereca; no rosto, uma expressão terrivelmente contrariada (quem ler, vai entender essa referência! Rsrs.).
Mas, nós bem sabemos que a vida traz muitas surpresas, e quando Ilse chega ao pensionato feminino regido pela Diretora Raimar, na cidadezinha de Esperança, descobre que o local não tem apenas regras chatas e, ao seu ver, inúteis. Não demora muito, e Ilse acaba aprendendo pequenas grandes lições sobre a vida.
“A garota rebelde” foi o primeiro livro que li. Isso foi há tanto tempo que nem consigo me recordar quando. O fato é que, depois de tantos anos, decidi reler. E, novamente, apaixonei-me pelos personagens. Senti-me fascinada ao acompanhar Ilse, seu amadurecimento, sua amizade com Nellie, uma órfã que tem os estudos financiados pelo tio, é apaixonada pelo jovem professor do local e, aparentemente, conformada com o destino de ser governanta; as meninas do orfanato — Flora, a aspirante a escritora, Orla, que tem um temperamento difícil mas se mostra uma grande colega no fim, Lili, o pequeno anjinho —, a Professora Gussow e sua história surpreendente. E, no fim, ainda apreciamos o romance fofo de nossa garota rebelde e o jovem Leo. É de deixar o coração nas alturas!
A obra de Emmy von Rhoden é simplesmente doce, apaixonante e inesquecível! O clássico mundial publicado originalmente em 1885 com o título de “Der Trotzkopt” e recontado no Brasil por Esdras do Nascimento, em 1972, através da Editora Tecnoprint, marcou a infância e a pré-adolescência de muitas pessoas, assim como a minha. Está mais que recomendado!